quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Te olho nos olhos e você reclama


Que te olho muito profundamente



Desculpa,

Tudo que vivi foi profundamente

Eu te ensinei quem sou

E você foi me tirando

Os espaços entre os abraços,

Guarda-me apenas uma fresta



Eu que sempre fui livre,

Não importava o que os outros dissessem.



Até onde posso ir para te resgatar?



Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade

De me inventar de novo



Desculpa se te olho profundamente, rente à pele

A ponto de ver seus ancestrais

Nos seus traços



A ponto de ver a estrada muito antes dos seus passos



Eu não vou separar as minhas vitórias

Dos meus fracassos



Eu não vou renunciar a mim



Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser

Vibrante, errante, sujo, livre, quente



Eu quero estar viva e permanecer

Te olhando profundamente.

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